Dia Nacional dos Cientistas

Rosalia Vargas é presidente da Ciência Viva, a Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica Nacional, e não podia estar mais feliz pela celebração do Dia Nacional dos Cientistas no inicio do Encontro Ciência 2022. Esta grande festa da comunidade científica em Portugal que “se renova em cada ano como uma grande celebração da ciência onde se discute a ciência tal e qual se faz – nome de um ciclo de boa memória e também iniciado por José Mariano Gago”.

 

Este dia é uma grande conquista para a ciência nacional?

É pelo menos um dia dedicado a quem faz ciência, mulheres e homens cientistas que valorizam o conhecimento, que inspiram confiança, que trabalham, que investigam para que a vida seja melhor na saúde, na indústria, na criação de novos materiais e na melhoria da qualidade de vida. Seguramente na construção de mais e melhor conhecimento em todas as áreas. E, claro, é sempre com orgulho que dizemos que Portugal celebra o Dia Nacional dos Cientistas a 16 de maio, o Dia Nacional da Cultura Científica a 24 de novembro, e a Semana da Ciência e da Tecnologia, também em novembro.

 

O que mudou em Portugal desde que o Dia Nacional dos Cientistas foi instituído?

Seis anos não é muito tempo, mas sabemos que instituir um dia como este, aprovado por unanimidade na Assembleia da República e adotado de imediato em toda a Rede de Centros Ciência Viva, é algo que precisa de continuidade e de celebração em cada ano que passa. Ficaremos felizes quando cada instituição científica, cada universidade, cada instituto politécnico, cada escola de qualquer nível de ensino, cada pessoa na rua, no café, possa responder sem hesitar em cada reportagem, em cada ano, no dia 16 de maio “que dia é hoje?” – “É o Dia Nacional dos Cientistas” (risos). Não podemos parar, devemos celebrar todos os anos, como se fosse o dia de Natal da ciência.

 

É a melhor maneira de homenagear o legado de José Mariano Gago?

É seguramente uma das boas formas de o fazer, também porque homenageia o dia do seu nascimento. Desde 2016 organizamos os Caminhos do Conhecimento, como forma de debate plural sobre ciência reunindo cientistas e não cientistas. E fazemo-lo sempre num teatro numa cidade diferente do país, pois sabemos que Mariano Gago gostava que a ciência estivesse fora de portas, ao alcance de todos, paredes meias com a literatura e a arte, revestida de atualidade e pensamento prospetivo. E lançamos sempre um livro que reporta o registo desse dia em cada ano.

 

Qual o destaque da Ciência Viva para o arranque do Ciência 2022? 

Lembrando que o país convidado é o Egito, não poderemos perder a sessão plenária 1 que está inserida na Abertura “Construir o futuro com Ciência”. Será também muito importante ouvir a abordagem política deste Encontro, a cargo da ministra Elvira Fortunato e do primeiro-ministro António Costa e, claro, a mesa redonda com a participação do ministro da Ciência do país convidado. Depois seguem-se muitas sessões paralelas cheias de cientistas e temas desafiantes antes da Plenária 2 “Clima: descarbonizar, mitigar, adaptar”. Mas, porque estamos no Dia Nacional dos Cientistas e como é importante a ligação da ciência à sociedade, destaco a sessão organizada pela Ciência Viva “Science & Society – the state of play” integrada nos Caminhos do Conhecimento, em homenagem a José Mariano Gago. Por fim, mesmo a fechar o dia e a entrar na noite, a não perder, teremos um excelente programa musical a par de um jantar volante. Não há melhor para a dupla de música e ciência em jeito de festa e celebração.